por T. Austin-Sparks
Capítulo 1 - A Centralidade e Supremacia do Senhor Jesus Cristo
Leitura: Colossenses 1:19-29.
A parte da frase no versículo treze representa em grande medida o que tem sido colocado em meu coração para este tempo: "O Filho do seu amor"; depois o que se segue, a posição que Ele ocupa de acordo com a vontade do Pai - "Ele é antes de todas as coisas, e nele todas as coisas subsistem" e Ele, em todas as coisas tem a preeminência: depois, "Cristo em vós, a esperança da glória". Acho que podemos resumir bem tudo isso na frase "A Centralidade e Supremacia do Senhor Jesus Cristo", e com isso ficarmos totalmente ocupados para o resto das nossas vidas, não unicamente para este tempo presente.
E então, é sobre a centralidade e supremacia do Filho do amor de Deus que insistiremos à medida que o Senhor nos capacitar. A Palavra de Deus apresenta quatro esferas nas quais essa ideia e propósito de Deus a respeito do Filho do Seu amor são para ser percebidas. Há a esfera da vida do próprio crente individual; logo, em segundo lugar, há a esfera da Igreja a qual é o Seu Corpo; em terceiro lugar, há a esfera dos reinos deste mundo, as nações da terra, e em quarto lugar, Ele é para ser central e supremo neste universo todo, céus e terra e o que está debaixo da terra.
Talvez não sejamos capazes, no tempo que temos nestes dias, de alcançar todas essas esferas e vermos o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre o Senhor Jesus em relação a elas, mas avançaremos à medida que o Senhor nos capacitar e ao menos abordaremos uma ou duas dessas esferas. Mas antes de virmos para a primeira delas gostaria de lembrar também que -
É claro que o Senhor Jesus mesmo nos disse isso. Nós sabemos por Lucas 24 que isso é assim. Lá achamos Ele usando Moisés, os Salmos, e todos os Profetas, e em todos eles falando das coisas concernentes a Ele mesmo. De maneira que na nossa leitura da Palavra de Deus, ONDE QUER QUE estejamos lendo, a questão que sempre deveria estar em nossas mentes é "O que tem a ver isto com Cristo?"; e se você fizer essa pergunta ao ler a Palavra de Deus, onde quer que você ler (e isso não é dito sem pensar) você obterá imediatamente um novo entendimento da Palavra, haverá uma nova apreciação na sua leitura; pois as Escrituras, e TODAS as Escrituras, são elas que falam Dele; ainda que você às vezes tenha dificuldades em identificá-Lo, mesmo assim Ele está lá. O efeito cumulativo de todas as partes da Palavra de Deus é para conduzir você a Cristo. Você não deve ler a Palavra de Deus como história, narrativa, profecia, ou de qualquer outra forma como um tema em si, mas sempre faça a pergunta: "O que tem isto a ver com Cristo?" E até que você não achar o que tem a ver com Cristo você não achará a chave. Provavelmente você estará pensando em certas porções da Escritura que serão difíceis. Você pensará em livros como o de Provérbios, e dirá: "O que tem isto a ver com Cristo?" Uma pequena sugestão iluminará imediatamente esse livro para você. Onde quer que você leia a palavra Sabedoria, coloque Cristo no lugar de Sabedoria e você terá transformado o livro e obterá a sua essência - e isso é completamente legitimo, completamente adequado, completamente certo, como a sua leitura provará a você. Ele é a Sabedoria de Deus, o Logos Eterno. bem, só de passagem mencionamos isso porque do que estamos atrás é de ver a centralidade e supremacia do Senhor Jesus, e Ele está, pelo desígnio Divino, no centro de tudo neste universo, cada fase e cada aspecto, e Ele é a sua explicação.
Não somente isto é verdadeiro quanto às Escrituras, é todavia o objetivo e explicação da Sua própria encarnação. Quando você está estudando a pessoa e a vida e a obra do Senhor Jesus deve haver uma busca Divina no seu coração, e essa busca deve ser daquelas características que sugerem universalidade. Aborde outra vez a leitura da vida do Senhor Jesus com essa ideia; não achará um estudo bíblico mais útil, proveitoso, e você descobrirá que as coisas começam a se alargar numa maneira que devolve seu horizonte e amplia o seu coração e faz você sentir a maravilha de Cristo. Na procura de características da universalidade você não chegará muito longe antes de achá-las. Elas podem ser traçadas nas profecias a respeito da Sua encarnação. Você as pode traçar na anunciação; você as pode traçar nas palavras do Seu precursor ao Ele ser apresentado. Você as pode traçar no Seu nascimento com todas as suas associações e incidentes; o universo está lá. Está também na Sua circuncisão. À luz do resto das Escrituras que são agora nossas no Novo Testamento você descobrirá que existem características universais até na Sua circuncisão, e até na Sua apresentação no templo. Na Sua visita a Jerusalém, no Seu batismo, na Sua unção, na Sua tentação, no Seu ensino, nas Suas obras, na Sua transfiguração, na Sua paixão, na Sua morte, na Sua ascensão, no Seu envio do Espírito, na Sua atividade atual, e na Sua segundo volta, é o universal que está em vista. Cada uma destas coisas são marcadas por características universais, são coisas que atingem o próprio limite do universo e abrange todas as épocas e as eternidades e todas as esferas. Isso não é um fundamento incomum para a maioria de nós, mas é dito novamente a fim de recordar outra vez a maneira na qual devemos considerar o Senhor Jesus.
Não estamos tentando fazer Ele maior do que Ele é, mas estamos tentando alcançar as Suas verdadeiras dimensões; e a necessidade do povo do Senhor é ter uma nova compreensão da grandeza do Cristo deles, uma nova apreciação do Filho do amor de Deus - e que Filho grande, majestoso, glorioso, maravilhoso Ele é - e depois lembrar que é para nós que esse Filho foi dado. Isso nos elevará, isso nos ampliará, fará muitas coisas que veremos à medida que formos avançando.
Voltando agora para aquelas aplicações mais específicas desta universalidade das esferas da Sua centralidade e supremacia já mencionadas, tomemos primeiro a Sua centralidade e supremacia na vida do crente. Voltemos a ver a palavra - "Cristo em vós, a esperança da glória". Você perceberá no contexto, que o primeiro capítulo da carta aos Colossenses nos leva diretamente de volta para a mente e coração de Deus antes que o mundo existisse, e nos é mostrado o que estava acontecendo na mente e coração do Pai a respeito do Seu Filho. É chamado de "o mistério", ou seja, o segredo Divino. É impressionante ver que antes que qualquer atividade criativa começasse, Deus estava acalentando um segredo no Seu coração; estava relacionado com o Seu Filho. A partir do segredo do Seu coração a respeito do Seu Filho, cada atividade de Deus procedeu, e através dos tempos Ele estava ocupado em muitas atividades, de muitas formas e maneiras, operando com o Seu segredo, consagrando o Seu segredo nessas muitas atividades, nessas muitas formas e maneiras da Sua própria expressão, nunca transmitindo qual era esse segredo, nunca proclamando o que estava no Seu coração em muitas palavras, mas o escondendo, o escondendo dentro de símbolos e tipos e muitas coisas, tudo isso entesourava um segredo, "o mistério". Depois, finalmente, na plenitude dos tempos, no final destes tempos, Ele enviou o Seu Filho, o Filho do Seu amor; a seguir, pela revelação do Espírito Santo Ele teve o prazer de dar a conhecer o mistério, agradou-Lhe revelar o segredo, e o primeiro capítulo da carta aos Colossenses é o inigualável, incomparável desvelamento do segredo do coração de Deus a respeito do Filho do Seu amor, do que o segredo era. Leia-o novamente, cada fragmento, qual era o segredo de Deus. Tudo, cada fragmento é reunido nisto: "Para que em todas as coisas Ele tenha a preeminência". " Em TODAS as coisas"; e depois - e isto parece-me ser a maravilha disso, isto é uma coisa tão além da nossa compreensão - que tudo isso, o eterno segredo do coração de Deus no seu grande significado e desenvolvimento, era para ter os seus começos de realização dentro do coração individual de um crente. No que respeita à realização efetiva e prática do mistério, o segredo de Deus, seu início é dentro dos corações dos crentes individuais. Este mistério é: "Cristo em vós, a esperança da glória". Este segredo de Deus, isto que Deus tinha no Seu coração desde a eternidade é: "Cristo em vós". Quero enfatizar isso mais uma vez. Aquilo que estava no coração de Deus desde a eternidade deve, para a sua realização, ser colocado em nossos corações no tempo. Aquilo que estava na mente de Deus desde antes da fundação do mundo, tem os seus começos na recepção de Cristo no coração pela fé por parte do crente, o crente individual. Esse não é o final, esse é o começo. O que se seguirá será a Igreja a qual é o Seu Corpo. Isso foi previsto e é completo no pensamento eterno, mas dará seguimento à recepção do crente individual de Cristo. A Igreja que é o Seu Corpo não é o final. Será o centro de uma outra esfera, os reinos deste mundo, as nações andarão nessa luz. E depois, outra vez, esse não será o fim, isso se expandirá para o universo. Não apenas uma humanidade glorificada mas as forças e hostes celestiais serão à luz disso. Mas voltemos para o individuo.
Deus começa no lado de dentro. Paulo tem muito a dizer sobre este pensamento eterno quanto a Cristo e a Sua centralidade para o crente, e ele fala a respeito deste assunto em grande medida partindo da sua própria vida e ambição espiritual, e a meu ver ele reúne tudo em cinco aspectos principais. Há a revelação de Cristo no interior; há o viver de Cristo no interior; há a formação de Cristo no interior; há o fazer de Cristo a morada no interior, e há a consumação de Cristo no interior.
Primeiramente, a revelação de Cristo no interior. Você sabe ao que nos referimos: Gál. 1:15,16. Volte a ver o versículo 12 e verá o que significa: "Evangelho por mim ensinado não é de origem humana. Porquanto, não o recebi de pessoa alguma nem me foi doutrinado; ao contrário, eu o recebi diretamente de Jesus Cristo por revelação". "Aprouve a Deus... revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios". Agora, isso representa o lado interno da experiência na Estrada de Damasco. Houve um lado objetivo, externo. Houve um lado interno no qual ele entrou por conta daquilo ter entrado nele, e acho que esse lado interno não se limitou ao momento em que a luz do céu, por cima do sol do meio dia em luminosidade brilhou, aquilo, provavelmente, foi algo bem transitório, de passagem rápida. Parece-me que esse lado interno continuou por três dias. Ele ficou cego por três dias, não tendo visão, e contudo ele estava vendo. Você percebe que a conexão era esta, que "quando aprouve a Deus... revelar o Seu Filho em mim... IMEDIATAMENTE" - e se você olhar em Atos 9 você descobrirá que foi no final dos três dias quando Ananias entrou e pôs as suas mãos sobre ele e ele recebeu a sua visão natural que houve uma revelação dada por dentro, houve uma interiorização do desvendar de Jesus Cristo. Aprouve a Deus revelar o Seu Filho nele. Nós nunca saberemos tudo que aqueles três dias significaram para Saulo. Foram três dias poderosos, três dias tremendos, podemos dizer que foram três dias fantásticos. Ele estava vendo o Senhor Jesus internamente, e quando viu Ele internamente, pregou imediatamente que Jesus é o Filho de Deus.
Agora amados, esse princípio se aplica tanto para nós como o fez para Paulo, que tudo depende de uma revelação interna de Jesus Cristo. As nossas vidas como filhos de Deus são constituídas nisso, e tudo que somos e tudo que fazemos em relação a Ele recai sobre essa revelação interna que tem resultado na Sua centralidade e supremacia no que diz repeito às nossas vidas. É dessa maneira, mesmo para pessoas religiosas, pois Saulo era um homem extremamente religioso. Digo isso porque muitas vezes existe um tipo de relaxamento quando falamos da conversão de Paulo e da sua natureza radical, e assumimos a atitude mentalmente- "Sim, bem, nós nunca tivemos uma experiência como essa; Deus nunca fez conosco o que fez com Saulo de Tarso, portanto, a mesma coisa não pode ser esperada de nós, e não pode ser básico para as nossas vidas". Agora, a despeito dessa reação mental, queremos reafirmar que a lei é válida e que você e eu nunca seremos cristãos, ou servos do Senhor, em vida espiritual verdadeira e eficácia, além da medida da nossa compreensão interna do Senhor Jesus. Isso é básico para tudo. Muitos não têm tido uma aprofundada revelação ou conhecimento do Senhor Jesus porque eles mesmos não se aprofundam em nada. Saulo de Tarso se aprofundava e o Senhor o encontrou na sua própria base, no seu próprio terreno, e porque ele se aprofundava o Senhor se aprofundou com ele. "Ao puro te revelas puro, mas com o perverso reages à altura", e o Senhor o fez. Se você e eu somos mais ou menos descuidados sobre coisas espirituais o Senhor nos encontrará nesse terreno, e nós nunca chegaremos a lado nenhum; mas quando chegamos ao ponto de sermos queimados até a última gota nos interesses do Senhor, embora estejamos errados, no entanto, intensos, Deus irá ter conosco nesse terreno. Não é isso verdadeiro de muitos que o Senhor teve de trazer para o lugar em que era de desesperação, vida ou morte dependendo de um novo conhecimento Dele mesmo? Ele não conseguiu lhes dar esse desvendar interno até que não existisse mais vida para eles exceto houvesse um novo conhecimento do Senhor. Eles desejaram não viver a menos que o Senhor viesse até eles numa nova maneira. Acho que o Senhor muitas vezes trabalha para precipitar isso. Bem, mesmo para pessoas religiosas este princípio é válido, que tudo depende, não da nossa religião, não do nosso zelo religioso, mas da revelação interna de Jesus Cristo, o Filho do amor de Deus, Cristo traz a glória de Deus no Seu rosto, para os nossos corações, diz o Apóstolo; justamente como Moisés trouce a glória de Deus no seu rosto da montanha para o acampamento. Essa glória de Deus fez ele como Deus para o povo, pois o Senhor disse: "... E ele falará por ti ao povo; assim ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus". "Você será como Deus para este povo, você Me representará". Então, de uma maneira muito mais verdadeira Jesus traz a glória de Deus que está na Sua face para os nossos corações. "Pois Deus... resplandeceu nos nossos corações, para dar a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo".
"... para que pregasse ele". Tudo depende disso. "Aprouve Deus... revelar o Seu Filho em mim, para que o pregasse", ou proclamasse Ele; sublinhe essa última palavra "Ele", isso vai ao âmago de tudo, interroga tudo, isso pesa o valor de tudo, Ele! Desde os dias de Paulo muita atividade cristã mesma tem sido o desenvolvimento de um movimento, a propagação de um ensino, o desenvolvimento dos interesses de uma instituição. Não é um movimento, nem é para estabelecer um movimento na terra e obter seguidores, aderentes, membros, ajuda. Não é uma instituição, ainda que chamemos a essa instituição de Igreja. A Igreja não tem existência no pensamento de Deus afora da revelação de Jesus Cristo, e é julgada de acordo à medida na qual Cristo, o Filho do amor de Deus estiver em evidência pela sua existência. Não é um testemunho, se com isso você se refere a uma forma específica de ensino, uma doutrina sistematizada. Não, não é um testemunho. Tenhamos cuidado com o que queremos dizer quando falamos sobre "o testemunho". Talvez tenhamos nas nossas mentes alguma combinação da verdade, e essa verdade redigida numa determinada fraseologia, fórmulas de palavras, e assim falar sobre "o testemunho"; Não é testemunho nesse sentido. Não é uma denominação, e não é "não denominacional", e não é uma "interdenominação". Não é Cristianismo. Não é "a obra" - ó, nós estamos falando sempre sobre "a obra": "Como está indo a obra?" - nós estamos entregues à obra, estamos interessados na obra, estamos na obra. Não é uma missão. É Cristo". ...para que pregasse ELE". Se isso tivesse permanecido central e preeminente todos estes horríveis ciúmes desintegrantes nunca teriam tido uma chance. Toda essa bagunça miserável que existe na organização do Cristianismo hoje nunca teria ocorrido. É porque alguma coisa específica em si, ou um movimento, uma missão, um ensino, um testemunho, uma comunhão, tomou o lugar de Cristo. As pessoas saíram para desenvolver ISSO, para projetar ISSO, para estabelecer ISSO. Isso não seria confessado, no entanto, é verdade, que hoje não é tanto Cristo como a nossa obra. É verdade! Agora amados, uma revelação interna é a cura de tudo isso, e quando digo tudo isso - estou dizendo uma coisa demasiado dura, demasiado drástica? - A existência de tudo isso representa a ausência de uma adequada revelação interna de Cristo. Se Cristo o Filho do amor de Deus for central e supremo no coração do crente muitas outras coisas cairiam, devem cair. Coisas que dividem desaparecerão, na medida em que estiverem em controvérsia com o Senhor. Controvérsias com Deus dividirão, mas aquelas coisas artificias, aquelas coisas resultantes da atividade e projeção do próprio homem, insinuando-se nos interesses de Deus, essas coisas não podem permanecer onde há uma adequada revelação interna do Senhor Jesus; não podem. Estas duas coisas estão diante de nós: uma, por causa da revelação de Jesus Cristo nos nossos corações temos uma paixão por Ele; por outro lado, por causa da ausência de uma revelação de Cristo suficiente nos nossos corações saímos por outras coisas que diríamos serem dos Seus interesses, e para Ele, mas que nunca, nunca pode satisfazer o coração de Deus. É a satisfação do coração do Pai que está em vista.
Desde a eternidade Deus tinha um segredo no Seu coração - um segredo do coração. Digo um "segredo do coração" porque este termo, esta designação, "o Filho do seu AMOR" está ligado ao mistério, o segredo. Não era que Deus estava fazendo do Seu Filho um oficial, num sentido oficial. Não se tratava de alguma atividade (me perdoe se parece irreverente) de um grande diretor administrativo do universo procurando promover alguém em quem ele se interessasse. Não, era o Filho do Seu amor; Seu coração estava neste assunto, e havia um segredo no Seu coração a respeito do Seu Filho. Ele é amado do Pai. Estude as referências ao Senhor Jesus do lado Divino, o desvendar do coração de Deus quanto a Cristo, e você terá uma nova apreciação do que estamos dizendo. O Senhor Jesus, falando daquela parábola do lavradores perversos, no final o filho foi enviado, e você lembra como ele o colocou? "Por fim, decidiu enviar-lhes o seu próprio filho, considerando: 'Eles reverenciarão o meu filho'. Por que eles reverenciariam o Seu Filho? Porque Ele era o Filho do Pai. Por causa de cujo Filho Ele era; por causa do relacionamento. Eles tinham maltratado todos os servos, mas agora, certamente, eles mudarão suas atitudes quando o Filho vier; certamente, eles reverenciarão, respeitarão, honrarão Ele. E foi porque eles disseram: "Este é o herdeiro; venham, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança"; por causa de eles totalmente negarem, rejeitarem os direitos de Deus representados pelo Seu Filho que foi pronunciado um juízo tão grande sobre eles.
Bem, é o Filho do amor de Deus, e o que está associado a tudo isto é a satisfação do coração de Deus em relação a esse segredo eterno do Seu coração. Isso se encontra por trás do que somos e de tudo que fazemos. Nós somos crentes no terreno de "Cristo em você". Sim, mas Cristo em você representa a realização dos propósitos do coração de Deus, essa é a maneira na qual Ele vai realizá-lo, essa é a forma de chegar ao final que estava no Seu coração na eternidade passada: "Cristo em você". Podemos dizer que Deus nunca poderá realizar esse desejo do Seu coração a respeito do Seu Filho salvo que existam crentes os quais recebam Cristo nos seus corações. Portanto, não se trata de converter pessoas ao Cristianismo, ou conseguir que sejam seguidores de um movimento; se trata de receber Cristo, a satisfação de Deus. Então, quando temos uma voz ou uma influência, qualquer parte que possamos ter nos interesses do Senhor, deve ser totalmente, completamente e sempre para a expressão de Cristo, a revelação de Jesus Cristo, pôr Cristo à vista. Nenhuma assembleia, nenhuma igreja, nenhum movimento, nenhum testemunho, nenhuma comunhão, é justificada na sua existência da perspectiva de Deus exceto na medida em que Cristo é expressado por ela.
Amados, estamos falando sobre o individual. Não sou justificado, e você não é justificado, ao dizermos ser cristãos exceto na medida em que Cristo seja manifesto em mim, em você; e toda a força e peso e ingenuidade do inferno está contra isso. Os crentes têm muito mais a serem provocados para uma dessemelhança de Cristo do que qualquer outro neste mundo. Os crentes têm muitos mais assaltos para serem agitados e para fazer com que traiam Cristo do que qualquer outro. O inferno está totalmente contra a revelação de Jesus Cristo. Tudo começa com isto, a revelação de Cristo no interior.
Agora, devemos ter tudo isto nos nossos corações no seu duplo desenvolvimento, em vida e serviço. "Para o que estou aqui?" "Por que carrego o Nome de Cristo?" "Qual é o significado da minha em relação com o Senhor?" "Qual é o objetivo da minha salvação?" A resposta é: Não a minha satisfação, não a minha gratificação, não a minha salvação como o fim em si mesmo, mas a revelação de Jesus Cristo, a realização da Sua centralidade e supremacia de acordo com o desejo do Pai. E então, em segundo lugar, a questão é: "Para o que vou obrar?" "Vou obrar para tentar estabelecer alguma sociedade, alguma denominação, ou alguma 'não denominação', para ganhar um espaço para um ensino, ou uma interpretação ou um sistema de verdade?" "É para alguma COISA que estou dedicado, ou é para assegurar ao Senhor Jesus a Sua absoluta centralidade e supremacia?" Seja o que digamos, nunca ultrapassaremos isso, nós começamos e acabamos lá. Cristo é o começo e Cristo é o final, o A até o Z, o Alfa e Ômega.
Devemos tratar com o Senhor muito seriamente sobre uma nova compreensão interna e apreciação do Senhor Jesus. É o único caminho da libertação de todas as coisas indignas em nós mesmos, e nas coisas com as que podemos estar associados. É: "Cristo em você, a esperança da glória", e a única esperança da glória. E se não for isso certamente significará vergonha e não glória.
O Senhor apenas escreva este primeiro fragmento profundamente nos nossos corações por amor ao Seu Nome.
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