por T. Austin-Sparks
Capítulo 5 – A Unção e o Corpo
Leitura: Salmo 1:5; 2:6; 15:1; 23:6; 65:1-4; 84:1-4; 87:1-3.
Tenho selecionado essas passagens para nos dar uma chave à medida que continuamos do ponto em que encerramos o ultimo capítulo sobre a assembleia como o vaso ungido. Quero retornar novamente para este assunto em geral pelo momento antes de fazermos mais aplicações práticas da verdade.
Estamos pensando da Igreja que é o Corpo de Cristo, Sua Assembleia, como o vaso ungido do testemunho de Jesus; testemunho o qual temos explicado e definido. Temos visto que Davi foi ungido com o pensamento da mente de Deus, para que ele pudesse levar esse testemunho tipologicamente à plenitude e finalidade na Casa de Deus. Aquilo que resulta com Salomão no Templo na grandeza, plenitude e glória é o resultado da unção de Davi. Embora Davi na realidade não construiu o Templo, sua vida o fez possível, sua história com Deus foi a base da construção. No terreno da sua história com Deus, a qual Salomão não tinha, ele recebeu a revelação. Foi Davi quem tinha a revelação do templo, não Salomão; e além disso, Davi acumulou a riqueza para o Templo. Tudo o que Salomão tinha que fazer era executar a revelação; e Salomão, sendo o filho de Davi, representa o resultado da vida de Davi em vocação, em trabalho, no propósito de Deus. Salomão e Davi são um em principio; eles são dois aspectos de uma coisa.
Ora, é tremendamente impressionante e significante, portanto, ver que grande lugar a Casa de Deus tem na vida de Davi. Tome o livro dos Salmos de Davi. Você descobre que esses Salmos são de espontâneo improviso fluindo de especificas experiências. Davi é levado a uma situação, passa por uma experiência espiritual com um contexto bem literal; e dessa experiência e desse contexto bem literal lá emerge um Salmo. Se você não tem conseguido ir pelos Salmos de Davi com seus contextos, na medida em que é possível traçar, você terá perdido uma das coisas mais preciosas. Os cabeçalhos irão muitas vezes dar a chave. Tome o Salmo 34 e você descobre que Davi cantou esse Salmo enquanto ele emergia da armadilha. Ele, como sabemos, caiu num estado de dúvida, ele perdeu momentaneamente sua convicção em relação ao triunfo inevitável da unção que estava sobre ele. Muita pressão, adversidade prolongada e sofrimento tinham reduzido ele tanto que levou ele a questionar se iria realmente conseguir e sobreviver; e ele portanto em principio duvidou da unção. Quando nós fazemos isso sempre há uma armadilha esperando, e Abimeleque (ou senão Aquis, ambos a mesma pessoa) foi a acudir, e assim Davi desceu a Aquis ou Abimeleque, e os criados dos filisteus viram ele e disseram: “Não é este Davi, o rei da terra? Não se cantava deste nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares?” E assim ele era um homem marcado, e agora enquanto que ele tinha dito: “Ora, algum dia ainda perecerei pela mão de Saul”, ele viu que ele podia morrer pela mão dos filisteus, assim que ele não tinha realmente saído de sua dificuldade. E então se fez como doido – uma fase vergonhosa da experiência pela qual atravessar para um ungido; mas ele escapou. Abimeleque disse a seus criados: “Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este para que fizesse doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?”
Não sei se Aquis percebeu através disso e foi esta a sua forma de encontrar um escape para Davi, mas de todos modos Davi escapou, e o que gosto sobre isso é que Davi não atribuiu tudo isso à sua destreza, que ele tinha saído por um truque de sua dificuldade, porém ele se retirou da presença de Abimeleque cantando o Salmo 34 e foi diretamente para a caverna de Adulão. Nasceu de uma experiência, e ele reconheceu que não foi sua sagacidade ou astúcia mas a bondade do Senhor que o libertou da armadilha. Havia algo mais profundo do que meramente escapar de um embaraço natural. Houve uma grande libertação espiritual de toda a ignominia e vergonha na qual um ungido tinha sido trazido. Foi evidentemente uma revulsão do coração e não meramente um truque para conseguir sair fisicamente de uma situação arriscada; uma revulsão do coração de todo este assunto. O menciono com motivo de ilustrar esta verdade geral, que estes Salmos nasceram de fragmentos de história espiritual por meio de contextos literais. Agora tome as numerosas referencias nos Salmos à Casa de Deus à luz do que temos dito e visto. Você descobrirá que estes Salmos nascidos de experiências espirituais, com suas referencias à Casa de Deus, significam que a vida espiritual de Davi estava ligada à Casa de Deus. Este homem está amplamente ligado em seu ser interior à Casa de Deus. Ele canta das glorias, ele expressa seus anseios, e ele tem como sua maior ambição, habitar na Casa do Senhor para sempre. É a Casa do Senhor que limita o horizonte deste homem, e todas suas experiências espirituais são em relação a isso. Então no final, em tipo, a Casa de Deus é algo realizado quanto à expressão espiritual de sua vida.
Ora, temos dito que Davi era um tipo de Cristo. Observe Davi ungido, e a coisa proeminente e toda inclusiva em sua vida é a Casa de Deus; ungido, portanto, em relação à Casa de Deus. Agora o Senhor Jesus, o Antítipo. O objeto do Senhor Jesus, dominando todo Seu ser, era a Casa de Deus. Use o outro termo se quiser, “Minha Igreja”, ou O Corpo de Cristo, o Templo espiritual. A grande expressão da Sua vida terrena era: “O zelo da tua casa me devorou”; e novamente: “Eu edificarei minha igreja”. O objeto governando a vida do Senhor Jesus era Sua Igreja, e Ele foi ungido em relação a isso; isso surge instantaneamente da Sua paixão. Todos os tipos do Velho Testamento confirmam a verdade de que o que emerge da paixão de Cristo é a Igreja. Se Adão passa para esse sono e surge dele com sua noiva, isso é Cristo e a Igreja. A morte do Calvário e ressurreição com a Igreja, Seu Corpo, “...assim como também Cristo amou a Igreja, e se entregou por ela”. E assim você acompanha todos os tipos do Velho Testamento. Seja José e Azenate, ou Isaque e Rebeca, ou qualquer dos tantos tipos da Igreja; você achará que todos eles confirmam isto, que o objeto e preocupação, o interesse dominante do Senhor Jesus é a Igreja, e para segurar Sua Igreja Ele foi ungido; foi no poder da unção que Ele segurou a Igreja.
A tremenda questão de semelhante concepção é isto, que o objeto do Espírito Santo é a Igreja o Corpo de Cristo. Não a Igreja como a conhecemos na terra, o sistema organizado, mas o corpo espiritual, a coisa celestial. O objeto do Espírito Santo é isso. Dentro dessa abrangência podem haver muitas, muitas coisas; a salvação de almas, e o ministério evangelístico puro, a edificação dos santos pelo ministério pastoral e de ensino; o número de coisas pode ser incontável quanto às atividades do Espírito Santo, porém lembre que o único objeto abrangente do Espírito Santo é a Igreja. Ser levados à plenitude de Cristo, isso é básico para tudo mais. Isso não é algo que é introduzido num ponto avançado na vida espiritual, embora com muitos do povo do Senhor isso não se torna apreendido, compreendido até que eles tenham sido do Senhor por longo tempo; mas isso é para o começo de tudo, do ponto de vista de Deus. A unção é dada muitas vezes antecipadamente da história espiritual relativa ao propósito da unção. Mas a unção tem isso em vista, o Espírito Santo tem isso em vista. Se o Espírito Santo está conosco Ele está conosco não para qualquer propósito pessoal ou departamental mas Ele está conosco com Sua própria visão, Seu próprio objeto, e esse é a Igreja o Corpo de Cristo, e todas Suas atividades dentro de nós será com isso em vista.
Oh, que possamos e vejamos o propósito especifico do Espírito Santo, o objeto todo inclusivo da unção. Quando de uma vez temos visto que estamos no caminho do entendimento de quase tudo que o Senhor faz. Estamos no caminho de interpretar muita experiência, e estamos no caminho de aceitar muito mais do que aceitaríamos sem a apreensão do pleno propósito do Espírito Santo. Ver do que O Senhor está atrás é de grande ajuda para se mover com o Senhor em Sua demandas, Seus requerimentos. Agora então, se isso é verdade, a Igreja, o Corpo, a Assembleia é o propósito todo governante de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, logo o Senhor dará um tremendo lugar para as leis da vida do Corpo de Cristo dentre Seu povo que vai realmente a continuar com Ele. Toda a história deles será governada por isso, e o Senhor irá pressionar isso em principio sobre eles, e todas suas crises serão relativas a isso.
É de tremenda ajuda ver que uma crise para a qual o Senhor nos leva, sendo custosa, que envolve uma boa dose pelo tempo dado, talvez de sofrimento, mal entendimento, dificuldade, não é apenas alguma coisa pessoal no que diz respeito a nós, e que o Senhor nos está definindo numa linha peculiar que se aplica a nós e é de nosso assunto. Não! Essa crise, com todo seu alto preço e sofrimento, é relativo ao propósito inteiro de Deus, e nossa experiência individual é relativa à incondicionalidade do propósito de Deus; pois não há nada que seja meramente uma experiência isolada, algo pessoal. Todo o propósito eterno e universal de Deus está ligado à nossa experiência pessoal, e quando temos nossa experiência pessoal colocada nesse pano de fundo universal e eterno do propósito de Deus existe um motivo o suficientemente grande para nós atravessar a crise numa maneira submissa.
Sinto, amado ( e me permita dizer isto especialmente à aqueles que ministram) que uma das maneiras mais poderosas e eficazes de conduzir o povo do Senhor na verdade para a aceitação da verdade seja qual for essa verdade, a aceitação digamos da verdade de Romanos 6, a identificação com Cristo na morte, sepultura, ressurreição, ou qualquer outro aspecto de toda a verdade; uma das mais poderosas e eficazes maneiras de conduzir o povo na verdade é dando a eles o pano de fundo universal e eterno da verdade. Se tomamos a verdade em fragmentos, numa forma separada, e começamos a martelar essas verdades isoladas nas pessoas como algo nelas mesmas, não teremos dado a elas uma razão adequada para aceitar elas, terá se tornado simplesmente alguma coisa pessoal. Mas coloque a verdade à luz das eternidades, passado e futuro, à luz do eterno propósito de Deus concernente ao Seu Filho, e diga: “agora é por isso que você deve morrer, aceite sua morte na morte de Cristo; é por isso que você deve estar preparado para deixar sua vida natural, é por isso que você deve abraçar esta luz, porque não é meramente um assunto pessoal, mas se relaciona numa maneira orgânica, a todo o povo de Deus por todas as épocas, de eternidade a eternidade”. “É parte de um conjunto tremendo; não há nada no propósito de Deus que esteja isolado para indivíduos, é tudo relativo”. E se você pode fazer entrar o pano de fundo eterno de cada fragmento da verdade e cada Palavra de Deus, você terá dado um motivo suficiente e uma dinâmica suficiente para a aceitação disso.
Para colocá-lo em volta do outro lado. Você recusa a luz, recusa a verdade, que significa isso? Que simplesmente é você quem sofre e está talvez preparado para aceitar as consequências? Oh, não, não fica aí. Nossa recusa de continuar com o Senhor em qualquer pouco de luz, verdade, revelação, nos envia justamente fora – nessa medida – de toda a plenitude de Cristo. E pergunto você, que é o que você quer no seu relacionamento com o Senhor? Diria alguém francamente: “não quero a plenitude de Cristo?” Agora faça o teste. Você chegaria e diria definitivamente: “não quero a plenitude de Cristo, esse não é meu desejo ou anelo”. Me risco a pensar que você diria honestamente: “quero a plenitude de Cristo”. Amado, você não a pode ter como um indivíduo. Nenhum indivíduo pode ter a plenitude de Cristo. Você pode ser cheio de Cristo em sua medida, mas vai tomar o Corpo inteiro de Cristo para perceber Sua plenitude, e é para isso que o Corpo está. Individualmente nos tornaremos uma parte da plenitude de Cristo em relação a todos os santos, e a plenitude de Cristo dependerá de nossa plenitude do relacionamento com o propósito inteiro de Deus em Sua obra. Você pode ter um pouco, muito menos do que o Senhor pretendia, ao recusar verdade, luz.
Isto me leva a estas aplicações práticas. O Corpo é necessário para qualquer tipo de plenitude. A assembleia, a Igreja é necessária para qualquer tipo de plenitude. Não para apenas depois, mas para agora. Quer você conhecer a plenitude agora desta maneira, e essa maneira, em experiência espiritualmente, em serviço, em vida? O Corpo é necessário para qualquer tipo de plenitude. Isto é, que separação ou não aplicação dos princípios do Corpo significa limitação. Significa que iremos até um certo ponto e lá pararemos. Não há fim, não há limites quando entramos na revelação do Corpo. Enquanto permanecermos unidades separadas no Senhor seremos limitados. É claro, tenho dito: “quando entramos no Corpo” e “enquanto permanecermos unidades separadas”; talvez devo acrescentar “em espírito” porque se estamos em Cristo estamos no Corpo, mas é a aceitação da revelação, a verdade, o que lhe segue que nos leva à plenitude. O corpo é necessário para a vida. Agora o Corpo pode ser representado por dois ou três. Como muitas vezes temos dito, nunca foi o caminho ou intenção do Senhor que houvessem servos individuais de Deus somente. A lei do Senhor é a lei do Corpo mesmo que seja sair de dois em dois, e se já um servo de Deus no Novo Testamento ficou isolado de uma forma errada, o servo de Deus logo entrou em dificuldades, mesmo tendo sido Paulo. Achamos as coisas muito duras e muito difíceis e desconcertantes, porém quando Silvano e Timóteo estavam descendo, Paulo foi tomado no espírito e testificou, “não achei Tito”, e por isso ele perdeu uma oportunidade em Trôade, a qual ele tinha estado ansiando. Você vê que o Senhor não apoia uma violação de Seus próprios princípios se esses princípios não são cuidadosamente vigiados pelas pessoas que têm inteligência em relação a eles. Não quero dizer que o Senhor nunca socorreu e ajudou um servo isolado Dele. Ele o faz graciosamente, providencialmente, soberanamente, mas isso não é o Seu máximo, e Ele procurará mostrar que isso não é Seu caminho.
Um princípio do Corpo é necessário para a vida. O sabemos na experiência. Podemos estar nos movendo em direção a um estado de morte espiritual, cansaço total de mente e corpo, e então imediatamente na nossa frente há um reunião do povo do Senhor, e a natureza diz que estou demasiado cansado para ir a essa reunião, e se a natureza prevalecer não haverá ganho porém perda. Para aqueles que têm aprendido os secretos do Senhor, a atitude é tomada, “Sim, mas a carne não deve governar isto, acharei a minha vida lá”. Assim um filho de Deus cansado e estafado e exausto encara o que tudo em volta na carne argumenta que é loucura total. Eles vão porque eles sabem qual será o resultado, e eles saem em vida, o cansaço e fadiga se foram, dando lugar à maravilhosa entrada de vida, a qual eles acharam na comunhão do povo do Senhor. Isso é verdade na experiência. Alguns de nós conhecemos experiências muito extraordinárias, sendo realmente eliminados por completo numa base física, e não temos tomado isso como o critério, temos levantado nosso coração ao Senhor. A pergunta não é se estou pronto, mas o que Você quer? E embora a sabedoria natural diga “não, nunca”, às vezes o Senhor tem dito: “Sim, quero você lá”, e tem havido um levantamento em fé e o resultado tem sido vida, e não um retorno à velha condição. O princípio funcionou. O Corpo é necessário para a vida.
Alguns de vocês estarão pensando desses dois ou três que nunca são capazes de ter uma mais ampla comunhão do povo do Senhor. Tenho dito que não é o caminho do Senhor ter alguém sozinho em qualquer lugar no Seu serviço por causa do princípio da vida ligado aos dois ou três. Tem outra coisa a ser dita, que a proximidade física não é necessariamente a coisa que governa neste assunto se não for possível. O Corpo corporativo não é algo físico.
O Senhor mantém nossa vida onde for possível ter a comunhão dos santos, faz nossa vida ser uma parte dela; onde não for possível, o princípio espiritual ainda funciona, contanto que reconheçamos a unidade espiritual do Corpo e nos apropriemos dos seus valores. Você pode estar em algum lugar do mundo sozinho e pode ser gravemente assaltado numa forma ou outra. É possível para você permanecer lá em seu lugar milhares de milhas distante de outros santos, e dizer: “Senhor, aproprio pela fé todos os valores da minha comunhão com os santos” e há valor nisso. É um atestado da verdade de Deus. Qual é o valor que há nisso? É o valor do qual estamos falando. O Espírito Santo opera em relação ao Corpo e não em nenhuma maneira separada. Ele é o Espírito do Único Corpo. E para o Espírito Santo, proximidade geográfica não é um fator controlador. O Espírito Santo pode ministrar através do corpo aos membros dispersos. Agora estas coisas para alguns pode parecer estranho, porém são princípios operativos, e Deus teria todo Seu povo no benefício dessa verdade. E, amado, que grande diferença faria na obra do Senhor e na experiência espiritual do povo do Senhor hoje se esta verdade estivesse governando seus corações.
O Corpo é necessário para a vida; a ministração da vida ao membro individual do outro membro é uma lei do Espírito. Esse é o princípio na esfera física trás o chamamento dos anciãos e suas unções com óleo em determinadas crises físicas. Não é só um rito, uma ordenança; abrange este princípio de que os anciãos são membros representativos da Casa de Deus, eles se posicionam quanto à Casa de Deus, isso é tudo. Eles não são eclesiásticos, ou oficiais, porém eles representam a Casa de Deus, e quando eles chegam é a introdução da Casa de Deus. Com efeito é a introdução do Corpo de Cristo.
Você não pode mandar pelo globo todo reunir juntamente todos os membros do Corpo de Cristo para orarem por você, mas o Corpo aparece através de membros representativos e eles ungem com óleo, o simbolo do Espírito do único Corpo, e eles impõem suas mãos sobre os enfermos, e isso é um ato de identificação, identificando este sofrimento um com o Único Corpo e o Único Espírito, e o que acontece? Bem, vida é ministrada. Essa vida pode operar para a cura inteira dessa enfermidade como sabemos que tem acontecido. Essa vida pode operar não para a remoção da doença ou enfermidade, mas para esses é uma vivificação para habilitar a persistir ou continuar, ou levantar a despeito da fraqueza, e realizar a obra do Senhor. O princípio não é o princípio de remover o estado de mortalidade, mas de vivificar o corpo mortal com vida Divina. O efeito é diferente em casos diferentes porém o princípio é um, vida é ministrada e você vê que é corporativo. O Corpo está lá em representação e o Espírito está lá como o Espírito do Único Corpo, e o Corpo na unção envolve vida. O Corpo é necessário para a vida. E o Senhor zelosamente guarda isso como vimos no caso de Saulo atingido na estrada de Damasco; Ananias e Safira tocando o Corpo e enfrentando juízo; e como temos em 1 Corintios 11:30: “Por esta causa muitos dentre vocês estão fracos e doentes, e muitos dormem”. “...não discernindo o Corpo do Senhor”. O Senhor é zeloso pelo Seu Corpo. Violenta o princípio do Corpo ou ignora-o e você sofrerá, por isso o reconhecimento e discernimento do Corpo é necessário para a vida. Para a plenitude.
A seguir o Corpo é necessário para a segurança. Se Davi achou sua vida na Casa do Senhor, como indubitavelmente ele fez, Davi também achou sua segurança na Casa do Senhor: “socorro do santuário”. Ele me esconderá no seu pavilhão”. Sua segurança está na Casa do Senhor e isso é transferido espiritualmente para o Corpo de Cristo, a Assembleia, a Casa de Deus.
Permita-me falar desta segurança só numa direção. Segurança na questão da decepção. Não existe nada, acho, que mais rapidamente abre o caminho para a decepção e erro do que o ultra individualismo, separação de espírito e ação. Vou dizer e usar elas contra mim porque você não as têm entendido. Mas é nesta conexão que estas coisas são ditas por Paulo sobre mulheres e suas coberturas. Lhes foi dado um lugar privilegiado na Casa de Deus, representando o princípio da sujeição da Igreja a Cristo como Cabeça. Agora o apóstolo é muito cuidadoso e explícito sobre essas coisas e ele fala de Eva sendo enganada e a transgressão vindo através de Eva, não através de Adão, a decepção entrando através de Eva, e ele liga a isso estas outras coisas, que se uma mulher abandona sua cobertura, que está simplesmente simbolizada na vestimenta da sua cabeça, quando ela estiver em coisas espirituais, se ela abandonar isso, ela abandona sua proteção de espíritos enganadores. Por essa razão vemos (tenham paciência comigo, vocês irmãs, estou apenas tentando chegar aos princípios espirituais) que quase invariavelmente quando uma mulher assume o lugar de autoridade em assuntos espirituais não demora muito em você ter um excesso de algum tipo, ou uma torção, talvez uma doutrina falsa. Toque coisas espirituais fora de lugar e fora de ordem e você será exposto logo à decepção. Observe que a cobertura é simbolizada na coisa material natural, mais contém um princípio espiritual. O que estou dizendo é isto, nossa segurança da decepção está no Corpo, e sermos salvos da independência de vida e separação de ação. Nossa segurança está na comunhão dos santos. O Corpo é necessário para uma visão e funcionamento correto. É necessário para a vida, necessário para a segurança.
Temos ilustrado isto anteriormente por este corpo físico nosso. Se qualquer dos órgãos de nossos corpos estivessem separados do resto de nosso Corpo eles perderiam ambos suas formas e seus funcionamentos. É por causa dos seus lugares no Corpo e suas relações a todos os outros órgãos que eles mantém ambas suas formas e cumprem suas funções. E o Corpo é necessário para nos manter em ordem e nos ajudar a funcionar corretamente. Se ficarmos fora da comunhão com o Corpo haverá anormalidade de algum tipo. Ficaremos desequilibrados, não derivaremos o beneficio da revelação transmitida do Espírito Santo para outros, e, oh, quanto devemos a isso! O Senhor não revela toda Sua verdade a um só homem, Ele espalha Sua revelação sobre todos Seus santos, e mesmo os mais piedosos, o mais consagrado pode aprender algo mais espiritualmente de alguém; e assim o Senhor ordenou que fosse, mesmo entre Seus profetas e mesmo dentre Seus Apóstolos, de forma que Pedro dirá: “Assim como nosso amado irmão Paulo tem dito...” Existem algumas coisas difíceis de se entenderem, no entanto, Pedro está reconhecendo a revelação dada a Paulo. E Paulo obteve sua função através do Corpo assim como suas instruções. “Levanta, e vai para a cidade, e lhe será explicado o que deve fazer”. Ele obteve suas instruções do Corpo. E depois em Antioquia o Espírito Santo disse: “Separai-me a Barnabé e Saulo para a obra a qual Eu chamei eles”. Luz e ação, revelação e vocação estão ligadas ao Corpo. O Corpo é necessário para a posição e função.
Agora uma palavra para encerrar. O Corpo é necessário para a disciplina. Está tudo bem para nós dizer que estamos perfeitamente disponíveis para estar sujeitos a Cristo. Todos diriam isso. Ouça: “Estava enfermo e me visitaste, estava preso e viestes ver-me” “Senhor, quando te vimos enfermo ou em prisão e fomos visitar-te?” Essa é a verdade do Corpo. Cristo está enfermo nesse membro, Cristo está ligado à enfermidade desse membro.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.