por T. Austin-Sparks
Leitura: 1 Samuel 16:13; 2 Crônicas 5:1, 9,13,14; Êxodo 30:22, 23,26; Lucas 4:10-18; 1 Corintios 12:12-14.
Continuando com a nossa ocupação neste assunto da unção do Espírito Santo, agora estaremos tornando para esse aspecto desta grande verdade que traz a assembleia de Deus à vista; e o que temos diante de nós é
Ao ligar juntamente passagens como temos feito acima, estamos apenas trazendo partes semelhantes à vista. Vimos em primeiro lugar a Davi ungido pessoalmente. Depois estivemos vendo o propósito todo inclusivo, abrangente da vida de Davi, e sua unção relacionada ao testemunho completo. Na passagem em 2 Crônicas vemos esse propósito realizado e essa unção que estava sobre ele pessoalmente agora manifestada no templo; digamos, algo coletivo: da unção pessoal tem surgido a unção coletiva. Uma conduz à outra, a segunda é a justificação da primeira. A glória do Senhor enchendo o templo, a nuvem passando a residir em toda a ordem compreensiva das coisas no templo é a explicação da sua plena intenção quanto a essa unção individual ou pessoal que estava sobre Davi no começo. Depois troucemos mais outras duas coisas juntamente. O Senhor Jesus ungido pessoalmente, separadamente; declarando que o Espírito do Senhor está sobre Ele; isto é o Cristo Pessoal; e junto a isso 1 Corintios 12:12,13, o único Corpo e a única unção definitivamente mencionada, com sua declaração tremendamente admirável e impressionante de que: “assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é (o) Cristo também” - o artículo definido aí: “o Cristo”.
Provavelmente não é algo novo para nós, mas tem que ser trazido novamente diante de nós nesta conexão particular; pois o que é claramente dito lá é isto, que esta unção sobre o Senhor Jesus é uma unção coletiva e corporativa, e isso para que propósitos universais presentes e futuros, Cristo é tão vitalmente um com todos Seus membros que os membros, ligados à Cabeça, têm o efeito de serem um com Cristo. Não digo que Cristo cesse de ter uma existência pessoal e separada, porém agora, para a manifestação e expressão Dele mesmo, e para a plena realização Dele mesmo, Ele não é mais só uma entidade individual separada, Ele é o Cabeça de um Corpo, e Ele é Cabeça e Corpo pelo Espírito Santo. O Espírito Santo fez a Cabeça e os membros uma entidade, o qual é chamado “o Cristo”. “Pois num Espírito fomos todos batizados num corpo, seja judeu ou grego, escravo ou livre, e foram todos dados a beber de um Espírito”, o Espírito da unção, o Espírito do Ungido, o Cristo, um Cristo, o Christos, o Ungido – uma declaração tremenda! Por isso a assembleia se torna um vaso ungido, o Corpo de Cristo, ungido em união com Ele: “porém aquele que se une ao Senhor é um espírito”. Ora, para dar uma única ênfase a isso, leio a passagem do Êxodo 30 em conexão com a fabricação do azeite santo ungido e sublinho a cláusula: “e com ele ungirás a tenda da congregação”. Tudo mais nela e acerca dela era para ser ungido da mesma forma, mas seleciono o inclusivo e compreensivo: “e com ele ungirás a tenda do encontro”, essa é a assembleia. É a tenda do encontro, a tenda da congregação, a tenda da assembleia, e é para ser ungida.
Me permita agora apenas dizer umas poucas palavras no assunto da unção corporativa.
Este assunto da unção corporativa com a qual muitos de nós estamos tão familiarizados tem que ser trazido à vista ao Senhor encabeçar. Me deixe dizer a coisa mais simples sobre isto, que o Novo Testamento não conhece nada de unções meramente separadas, individualísticas. Não disse unção individual, disse unções individualísticas. É claro, você terá que entender o uso das palavras para apreciar essa distinção. A unção sim vem sobre nós individualmente como membros. Nós não somos todos um membro, mas muitos, e cada membro é ungido, porém existe uma diferença entre uma unção individual e uma unção individualística. Aquilo que é individualístico significaria que o membro é algo separado, algo à parte, apartado. Isso é o que queremos dizer por individualismo, o qual é um dos ismos que não é reconhecido pelo Senhor. Vai na categoria de falso ensinamento; individualismo. Isto é, aquilo que faz qualquer homem ou mulher algo neles mesmos à parte, uma lei para com eles mesmos, uma entidade separada; um por eles mesmos fazendo suas próprias obras, pensando seus próprios pensamentos, mesmo religiosamente e espiritualmente. Não existe tal coisa como uma unção individualística aos olhos do Novo Testamento.
Me permita colocá-lo de outra maneira. Não existem mais unções do que membros individuais do Corpo de Cristo. Enquanto cada membro receberá a unção, será sempre a unção e não a unção dele ou a unção dela; sempre será a única unção. Você não recebe uma unção e eu uma outra. Posso colocar isso mais claramente. Você não recebe o Espírito Santo e eu recebo outro Espírito Santo. Não existem mais Espíritos Santos do que crentes. Existe um Espírito Santo.
“Há um corpo, e um Espírito, um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e Pai de todos”. A unção é uma unção e essa unção não é, em primeiro lugar, dada aos membros. Essa unção é feita para residir sobre e dentro do Senhor Jesus como Cabeça do Corpo. É a Cabeça que recebe sempre a unção. O resto do Corpo obtém este benefício por motivo de estar organicamente unido com a Cabeça. E a unção está no Senhor Jesus como o Cabeça do Corpo, a Igreja. Nosso recebimento da unção é na medida em que entramos no Corpo de Cristo e debaixo do Encabeçamento soberano do Senhor Jesus como ungido. Esta única unção é para todos os membros, mas apenas por causa da união corporativa e orgânica com Cristo como Cabeça. Para que a unção seja uma unção e não muitas unções. Todos os membros se beneficiam da unção, mas nunca obtém uma unção separada do resto, no pensamento de Deus. Ora isso tem um significado de grande variedade.
Isso, em primeiro lugar, significa que Deus não reconhece nenhuma independência, independência espiritual da parte do Seu povo. Deus nunca irá com um espírito de independência. Deus nunca irá com um espírito de separação. Deus nunca irá com um espírito de distanciamento. Agora temo que devo voltar e ser bem elementar na explicação disso. Estou dizendo “um espirito de distanciamento”, “um espírito de separação”. Há momentos em que por razão da negação de verdades fundamentais da fé tem que haver afastamento, mas isso não é um espirito de separação no sentido no qual estou usando o termo. Me refiro a essa disposição de ser exclusivo, separado, apartado, trabalhar à parte, abandonar a congregação de nós juntos, obrar e agir independentemente de outros crentes com os quais o Senhor uniu com Ele mesmo; o espírito de separação. O Senhor não está com isso, e nunca irá com isso.
A direção do Espírito Santo é sempre para a comunhão e unidade; por esta razão: o Espirito Santo veio em relação ao testemunho de Jesus. Aquilo que Ele fez na Sua Cruz é uma parte muito vital do testemunho de Jesus, aquilo que Ele fez para destruir o efeito desintegrador do pecado e interferência do diabo com a criação de Deus. Toda a direção de atividade satânica é para dividir, separar e causar fricção, guerra, conflito. Esse tem sido o efeito do pecado e Satanás. A única unidade de Deus de um universo foi quebrada em fragmentos pela interferência satânica, e todo o universo foi permeado de discórdia, dissensão. O calvário vê essa obra do diabo tratada, e é por isso que o Senhor Jesus bem no limiar, à beira da Sua cruz, como se – assim fosse – Ele pisou no altar, fez a oração de João 17: “...para que eles sejam um assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós”. Essa é a oração com a qual Ele vai ao Calvário, e essa oração foi respondida no Calvário. A oração tem sido totalmente e completamente respondida na Cruz.
Amado, você e eu em Cristo nunca seremos mais um do que somos. Você pode dizer que é uma pobre observação! Em nós mesmos a unidade pode ser fraca e carente, mas em Cristo você e eu somos organicamente um, partilhando uma vida. No Cristo que está à destra de Deus está a união dos nascidos de novo que nunca poderá ser melhorada. Isso é um testemunho no céu. O Corpo é um, diz a Palavra; é um Nele, no Cabeça. A presença do Espírito Santo em todos os membros do Corpo constitui uma unidade mais profunda do que a consciência, razão, sentimento, reconhecimento; uma base da própria vida, uma unidade é constituída lá no profundo de cada filho de Deus como a unidade que existe entre o Pai e o Filho, e quando chegarmos ao céu, embora lá desfrutaremos dessa unidade ao máximo sem interferência deste elemento, o velho homem, o qual divide e limita a comunhão agora, quando chegarmos ao céu e desfrutá-lo, não seremos mais um lá na realidade do que nós somos agora. Será manifestado.
Nós nunca somos ordenados a fazer a unidade do Espírito, somos exortados a mantê-la, a guardá-la. Isso significa que primeiramente devemos aceitá-la como existente. O corpo é um, assim como o Cristo é um. Ele fez essa oração enquanto Ele ia para a cruz, e na Cruz a oração foi respondida. O testemunho de Jesus inclui essa grande verdade de que pela Sua Cruz Ele conquistou o Inimigo, e destruiu essa parte da obra do Inimigo que trouce ruptura na criação de Deus. E na nova criação essa unidade orgânica, espiritual, não é apenas recuperada, mas estabelecida além do alcance de novamente ser destruída. Chegaremos ao desfrute disso somente na medida em que chegarmos ao céu, na medida em que deixarmos a terra. Não estou falando literalmente, estou falando espiritualmente. Enquanto estivermos ligados com qualquer coisa nesta terra que é de um caráter divisório, então perderemos a glória da unidade do Corpo e a unidade de Cristo. Quanto mais preso à terra estivermos religiosamente, eclesialmente, mais careceremos da realidade celestial da unidade do Corpo. Ou para colocá-lo de outra forma, quanto mais virmos à nossa posição celestial mais acharemos impossível permitir sistemas feitos pelos homens, os quais dividem crentes em grupos, para operar e governar nossas vidas. Estamos fora disso, libertos, porque a unidade está no Cabeça no céu e na medida em que chegamos aos celestiais chegamos a Efésios, onde o Corpo é visto em sua unidade. Agora o Espírito Santo veio como o Espírito desse testemunho, e portanto, um Espírito fazendo um Corpo, e o Corpo se torna um pelo Espírito.
Tenho ilustrado frequentemente estas coisas espirituais pelo corpo humano e seu dobre sistema de controle. Este corpo nosso fisicamente é uma unidade. Embora tem muitos membros, órgãos e funções, é ainda uma unidade, e é feito uma unidade orgânica, uma coisa, por um dobre sistema de controle. Um é o sistema sanguíneo, o outro é o sistema nervoso. O sistema sanguíneo faz o corpo um todo como uma coisa vivente orgânica. Estrangule qualquer membro, pare a circulação, e em breve esse membro cessará de ser uma parte ativa desse organismo. Todo o sistema sanguíneo faz do corpo uma singular unidade ativa vivente. O outro é o sistema nervoso. Sabemos que cada costura deste corpo físico inteiro é governado e controlado pelo sistema nervoso. Ora, todo este sistema nervoso tem sua base na cabeça, assim que não podemos tocar o ponto mais diminuto com a mais fina agulha sem tocar a cabeça e registrar esse toque em virtude da cabeça. É a cabeça que registra tudo isso. O sabemos por causa da base do sistema nervoso nas nossas cabeças. Temos dito que se você pegar uma agulha e você entender a cabeça, e com uma agulha fina ir de ponto em ponto no cérebro, você pode pôr fora de ação qualquer membro do corpo. Você pode pôr a mão direita completamente fora de ação ao só tocar com uma ponta de agulha no cérebro. Você pode apagar esse lado todo ao tocar um ponto na cabeça. Ora, o Corpo de Cristo é um equivalente disso espiritualmente.
O sistema sanguíneo o qual faz de nossos corpos físicos um organicamente enquanto em ação, tem sua correspondência na Vida Divina que é dada a nós no novo nascimento. Recebemos Vida em Cristo e essa Vida em todo o corpo é uma Vida. A grande circulação da Vida Divina através do Corpo é a base, não só a unidade, mas uma unidade ativa em relação a Cristo. Se a Vida é estrangulada, se essa circulação é interrompida, então a totalidade do Corpo é estragada. Se dois membros somente, trazidos em relacionamento no Corpo de Cristo pelo Espírito Santo, habitado pela Vida Divina, chegarem a uma posição em que um deles violou as leis espirituais da Vida Divina e assim detido a circulação, esses dois não serão mais capazes de trabalhar juntos, eles não mais serão capazes de cooperar e ajudar um ao outro. Ocorreu uma parada no principio ativo da Vida corporativa no Corpo. Por isso um Acã pode deter o progresso de todo Israel no principio de que Israel é um conjunto corporativo governado pela única Vida; e quando um membro violenta as leis dessa Vida todo o Corpo fica preso. Para colocá-lo ao contrário; quando todos os membros têm uma forte corrente da Vida Divina fluindo interrompidamente e desimpedida, então você obtém um movimento corporativo imenso. Assim é como era no principio.
Agora Ananias e Safira representam o esforço do Inimigo para interferir com essa Vida corporativa e frear o movimento de todo o Corpo, e foi dito ser um pecado contra o Espírito Santo, e a seriedade disso é justamente isto, que Satanás interferiu e eles, em cumplicidade com Satanás, ameaçaram o movimento inteiro da Igreja naqueles dias. Agora você tem em Ananias e Safira uma exteriorização literal da passagem em 1 Cor. 3:16: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Cor. 6:19: “O quê? “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós?” O que quero que você perceba é que essas duas passagens não se referem à mesma coisa, não é para serem colocadas na referência marginal como sinônimos. Esta passagem no capítulo 6:18 se refere ao nosso corpo humano físico, como você observa o contexto: “Fugi da fornicação, mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo”. O quê? “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós?” O corpo físico claramente está em vista.
Bem, pecar contra o corpo físico como um templo do Espírito Santo é algo muito grave, mas isto é ainda mais solene no capítulo três. “Não sabeis que vós sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”. Isso é coletivo, corporativo; essa é a assembleia. Isso não é o corpo físico. Isso é o plural, não o singular; no “sois vós” está a Casa de Deus. Agora observe o que Deus diz: “se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá”. Veja quão ciumento Deus é pelo Corpo de Cristo, a Casa de Deus, a Assembleia. Saulo de Tarso chegou muito perto da destruição na estrada de Damasco. Ananias e Safira foram julgados na morte porque em verdade o diabo capturou eles para deter e destruir o testemunho corporativo na Casa de Deus como tinha sido lançada em seu caminho no principio. Foi um golpe contra a unidade do Corpo sob a única unção, e isso se enfrentou com esta palavra: “Deus o destruirá”.
Amado, é algo terrível colocar a nossa mão na assembleia, é algo terrível tocar o Corpo de Cristo. Salmo 105 deixa isso claramente: “Não permitiu a ninguém que os oprimisse, e por amor deles repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas”. Ora, a assembleia é o vaso ungido e vemos que o inimigo está por aí para frustrar o poderoso efeito dessa única unção, para interromper o progresso. A única Vida é vista aí correspondendo ao sistema sanguíneo. Esta é a única Vida pela qual nos movemos, a qual é nossa energia; Vida Divina dada a nós.
Mas então o sistema nervoso em nosso corpo físico tem seu paralelo no Corpo corporativo de Cristo no Espírito Santo; Ele é o Espírito da Vida. Estas duas coisas não podem ser separadas, porém existe uma diferença. O Espírito Santo é a inteligência desta unidade; o sistema nervoso pelo qual nós ficamos cientes das coisas. Temos a inteligência do Corpo inteiro pelo sistema nervoso porque isso é registrado na Cabeça; e o Espírito Santo, o único Espírito faz o Corpo um em ação por uma registração da mente Divina. Quão importante é ter inteligência espiritual a fim de ter o Corpo funcionando perfeitamente. Estas duas coisas vão juntas. Os olhos do coração tinham que ser iluminados pelo Espírito de sabedoria e revelação a fim de ver o pleno significado do Corpo de Cristo. Essa é a posição dos efésios. O Apóstolo está orando “para que para que para que”. Observe os “para que” sucessivos governando suas petições, e todas essas petições são em relação à união do Corpo com Cristo. A coisa básica é: “tendo os olhos do seu coração iluminados” lá sendo dado “um espírito de sabedoria e revelação no conhecimento dele”.
Erraremos e faremos todo tipo de bagunça e confusão se o Senhor não nos der inteligência espiritual; se nós não reconhecemos que a unção pretende nos trazer inteligência quanto à mente de Deus. 1 João 2:20,27 vem novamente para nossa ajuda. “E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas”, e disso é dito, “e é verdadeira e não é mentira”. Esse capítulo, 1 João 2, é um capítulo do anticristo e Cristo, Cristo e anticristo. Muitos anticristos virão e declararão serem eles mesmos Cristo, assumir o traje de Cristo, a linguagem de Cristo, a fraseologia de Cristo, a doutrina de Cristo, muitas das maneiras de Cristo; porém ainda anticristo, tão sutil, bem impossível de reconhecimento pela inteligência ordinária mesmo a melhor. Contra os anticristos – com suas falsificações quase perfeitas de Cristo – está Cristo o Ungido; mas o anticristo é o cristo sem a unção. Como você vai saber se a unção está lá ou se a unção não está lá. A unção é uma unção reconhece a Sua própria expressão, e onde Ele está e onde Ele não está. Percebeu? A unção é uma.
Alguém ou algum sistema vem e se faz passar por Cristo o Ungido, mas não é Ungido. Como você vai saber que a unção não está lá? Pela unção que está em você a qual é uma unção, que não tem nenhuma comunhão com aquilo. Mas quando aquilo que é da unção está presente, a unção em você flui disso. Isso é algo que apenas os ungidos têm, algo que não podemos definir, e não é algo mental. Você não é capaz de se assentar e colocar no papel, onde os anticristos estão errados; é a unção em você que diz a você antes de poder arrazoar ou analisar. Isso não é julgar mal, mas você sabe, porque a unção em você lhe ensina. “Como você sabe?” “Não posso lhe dizer, mas eu sei”. Isto é, o Senhor em mim não deixa ir até isso, não flui disso, não dá liberdade e sanção a isso; e devo esperar até que o Senhor faça; mais cedo ou mais tarde terei a explicação disto. Existe toda a diferença entre isso e nossos preconceitos e suspeição natural.
Oh, que o povo do Senhor conheça o Espírito Santo e seja libertado de toda essa escravidão que surge segundo a linha de suspeitar eternamente tudo com o qual eles entram em contato. Amado, se em seu coração o Espírito Santo testifica para o fato de que eu também sou um filho de Deus, isso é tudo que você quer como uma base de comunhão e nós devemos fluir juntamente; e se recusar a isso é violar o principio da unidade do Espirito. Bem agora esta inteligência que corresponde ao sistema nervoso está tudo interligado na Cabeça e é isso o que Paulo quer dizer quando diz: “Temos a mente de Cristo”. Como temos a mente de Cristo? A unção! Não quer dizer que alguém de nós tem chegado à posição em que imediatamente conhecemos a vontade do Senhor acerca de cada detalhe em nossas vidas. A unção não funciona dessa maneira imediata.
Existem muitas coisas sobre as quais você e eu não estamos certos quanto à vontade de Deus, mas nós sim sabemos disto, que se andamos no Espírito e a unção é livre dentro de nós de forma que se darmos ou avaliar darmos um passo fora da linha ou fora do tempo com o Senhor, o Espírito não irá conosco e saberemos que estamos continuando sozinhos para fazê-lo. Isto é simples mas é verdade. Temos que seguir em frente. O Espírito de Jesus não nos permitirá. Pode apenas ser um assunto de tempo; pode ser um assunto de finalidade, de que aquilo não é a vontade do Senhor para nossas vidas. A inteligência da unção é o Espírito Santo quem dará a todos os membros a única mente de Cristo. Não posso conceber uma unidade orgânica tendo meia-dúzia de mentes contraditoras e conflitantes.
Você diz, como você explica das tantas pessoas piedosas, consagradas sendo inteiramente diferentes nas suas atitudes para com certas coisas vitais? Não sei que sou chamado para dar conta disso, e certamente não sou chamado para julgar nenhum homem, mas me risco a dizer isto, que pode ser facilmente explicado pela medida na qual a Cruz do Senhor Jesus tem sido forjada nessas vidas. O que quer dizer isto, que ainda lá pode haver um agarre a algo de bom que não é o melhor do Senhor, e isso significa que o Espírito Santo não está livre para liderar de um para outro ; e aí você tem a diferença. Não estamos dizendo quem pode estar certo e quem pode estar errado, mas que existem diferenças, e pode ser explicado usualmente pela Cruz não tendo sido forjada o suficiente em um ou em outro. Estou certo disto, que quanto mais profundamente somos batizados na morte de Cristo mais conheceremos a unidade do Espírito, porque esse é o terreno pelo qual o Espírito opera, a morte de Cristo. Bem agora, isso cobre um pouco de terreno quanto à natureza corporativa da unção. É talvez apenas por meio de ilustração, mas penso que é útil em trazer para nós o fato com o qual estamos tratando, que a unção é uma, o Espírito é um, o Corpo é um.
Agora tem mais um aspecto. Isso quer dizer que pela única unção somos levados a uma ordem Divina. Se você gostar de outra palavra, que não é tão boa em certos sentidos e contudo transmite seu próprio significado, somos levados a um sistema Divino. Algumas pessoas não gostam dessa palavra, sistema, e sempre é usada por eles num mau sentido, porém quero redimir a palavra dessa esfera e quero dizer que existe um sistema Divino, existe um sistema celestial, existe uma ordem dos céus. O tabernáculo era um modelo de coisas nos céus, que quer dizer, como “Hebreus” nos diz, têm as outras coisas que são um sistema e ordem celestial; um sistema compreensivo, detalhado, minucioso; e o tabernáculo é apenas uma reflexo, um tipo do sistema celestial além do qual deve estar a ordem e sistema celestial.
Agora observe, Cristo e Seu Corpo não são só um “Único novo Homem”, eles são uma ordem, se você quiser – um sistema. Cristo é representado pelo tabernáculo. Cristo é representado pelo templo, e lá você tem um sistema exaustivo muito detalhado colocado em operação, mas ambos o tabernáculo e o templo são figuras não apenas de Cristo separado, mas de Cristo e Seu povo; um povo, um Corpo. Portanto o tabernáculo e o templo claramente representam a Igreja como um sistema celestial. Não feito pelo homem, não concebido pelo homem. Lembre que no tabernáculo e o templo nenhum fragmento foi deixado para as ideias humanas. Todas as ideias humanas acerca desse sistema foram excluídas. Os pensamentos e juízos do homem sobre este assunto não tem lugar nenhum. Quando diz que o Senhor encheu Besaliel com o Espírito Santo para toda sorte de mão de obra, isso significa que a unção excluiu o homem e não deixou espaço para os juízos do homem nisto; que cada detalhe ao fio era pelo governo do Espírito; o que era para ser usado, como era para ser usado, como deveria ser feito, a coisa para ser feita, cada coisa pelo governo do Espírito. É um sistema celestial no qual o homem não tem lugar para seu juízo. Cristo é isso. A Igreja que é o Seu Corpo é isso. E o que você e eu temos que procurar, amado, é o principio espiritual trás tudo nas Escritura, um principio espiritual. Se simplesmente tomamos a Escritura como ela está escrita e começamos a colocá-la em operação, o que teremos? Teremos um sistema do templo do Velho Testamento com sacerdotes, vestimentas, ritos, e todo esse tipo de coisa. E se colocamos o Novo Testamento como está na carta em operação, teremos um sistema terreno.
Supondo que simplesmente tomamos posse de certas injunções no Novo Testamento e divulgamos elas como tais para serem obedecidas. Mulheres devem vestir seus chapéus na assembleia; isso está na Palavra de Deus. Mas suponhamos que isso é uma injunção feita como uma lei para reuniões? Me risco a dizer que você não obterá bastante valor espiritual disso, provavelmente você dará um pontapé. Você pode ter legalismo cristão tanto quanto você pode ter legalismo judeu. Quando o Apóstolo fala sobre ter a cabeça coberta e descoberta no caso da mulher e o homem, e quando fala sobre mulheres não ensinando ou usurpando autoridade sobre o homem, e todas essas coisas, se você colocar elas em operação como meramente injunções frias, você terá um sistema formal com bem pouca Vida e proveito. Certamente não haverá unção, haverá “farás” e “não farás”. E você aplicará isso com rigidez do Romanismo e se resolverá a si outra vez num assunto de clericalismo e dominação do homem. Fique por trás dessas coisas e obtenha o principio espiritual.
Existe um principio espiritual atrás de uma mulher usar um chapéu na assembleia. Um dos princípios mais gloriosos, que tirará a rebelião até a um nível de ficar disposta a usar cem chapéus! Qual é o principio? Cristo é apresentado como o Cabeça da Igreja que é o Seu Corpo, tudo está sujeito a Cristo e por causa de estar sujeito a Cristo se deriva todo seu bem. Não pode haver ganho para ninguém não estando sujeito a Cristo. Todo o bem chega dessa forma, toda benção chega dessa forma; a soberania absoluta do Senhor Jesus sobre nós e nós completamente nos rendendo a isso é o caminho da benção. Ele é o Cabeça do homem. “O cabeça de todo homem é Cristo” “... e a cabeça da mulher é o homem”. O homem é o cabeça da mulher como Cristo é o Cabeça do homem. “Ora, esposas estejam sujeitas ao seus esposos”. “Esposos, amem suas esposas, assim como Cristo também amou a Igreja, e Se entregou por ela”. Qual é o principio? Que para não usurpar autoridade sobre o homem e assumir o oficio de mestre, isto é, tomar o lugar de soberania sobre o homem, está a manutenção de um principio espiritual. É dado às irmãs na assembleia a tremenda honra de representar o principio celestial de que todo lucro vem pela sujeição a Cristo, e isso é ilustrado na assembleia ao elas tomarem essa posição. Realmente eleva elas a serem literalmente representações pessoais do principio da sujeição da Igreja a Cristo. Deve haver aqui uma ilustração pratica e atuação de uma ordem celestial. É por isso que o Senhor tem nos dado estes vários significados de expressar uma ordem celestial. É um assunto do caminho do Senhor da maior benção, e não de uma lei ou valor comparativo.
Temos o batismo. Tenho muitas vezes sido argumentado deste modo, “Bem qual é a necessidade da água, do batistério? Afinal é algo espiritual; nossa morte com Cristo, nosso sepultamento com Cristo é algo espiritual, a água não faz diferença para isso, e no espírito entramos nisso; a água não é necessária. “O Novo Testamento ensina isso? O Novo Testamento ensina que aquela maneira é a maneira do Senhor, e que essa água, embora não tenha virtude em si mesma, embora em si mesma não faça diferença, ou seja, a água não nos põe de lado para sempre, esse instante em que desaparecemos debaixo das águas não significa que nós ficamos fora de vista; no entanto, é o meio de um testemunho, que nós, como parte de nosso velho organismo, essa velha criação, desaparecem com ela dos olhos de Deus.
Não estou mantendo uma causa para um mero método. Estou simplesmente dizendo que isto é uma figura, e o Senhor nos deu ela como uma forma de testemunhar uma grande realidade espiritual; mas Ele pede esse testemunho. É uma parte da universalidade desta obra do Senhor Jesus. Temos a Mesa do Senhor. Nenhum de nós acredita que o pão literalmente é Cristo, e que num momento dado Cristo na realidade entra nesse pedaço de pão, e que quando tomamos esse pão nós literalmente tomamos Cristo. Ou que o vinho é convertido no sangue de Jesus Cristo, o qual nós bebemos; nós não cremos nisso. Podemos argumentar, como muitos fazem, que nós recebemos Vida de Cristo espiritualmente e que tudo é inecessário. É? A Palavra é: “Até que Ele venha”. O Senhor está pedindo uma representação de uma ordem celestial, de uma coisa celestial. Não é a coisa em si, mas é o espírito que está no testemunho. Não é uma ordenança, é um testemunho.
Agora você chega ao testemunho que tem a ver com a natureza corporativa da unção, espiritualmente. No batismo temos desaparecido da vista de Deus como parte da velha criação. Depois disso Deus nunca olha para alguém batizado verdadeiramente como parte da velha criação. Ele não olha a você ou a mim como um pouco da velha criação, por mais que haja um restante do velho homem. Na morte de Cristo nós desaparecemos como parte da velha criação. No meu batismo eu tomei essa posição. Tenho chegado a entender mais sobre isso desde que fui batizado, mas na base da minha quantia de inteligência o Senhor aceitou o todo e Se comprometeu a me levar até isso, e portanto não é necessário de ser batizado cada vez que nova luz é dada. Nisso nós saímos da velha criação. Ao subir somos em tipo ressuscitados juntamente com Cristo como parte de uma nova criação. Mas que é a nova criação? O organismo da nova criação não é como o organismo da velha criação o qual era um organismo todo subvertido; toda junta nesse grande corpo estava deslocado; cada função estava operando na direção errada, era uma peristalse revertida, tudo trabalhando da forma errada.
Agora na nova criação, na ressurreição de união com Cristo é um organismo, não uma organização, que é o Corpo de Cristo. Quando você testifica para o fato de que você saiu da velha criação na morte de Cristo, e passou para a nova, na ressurreição do Senhor Jesus, você descobre que você chega a um lugar em que há um testemunho da natureza corporativa desse organismo como sob Um Espírito, a única unção. Ananias é enviado a Saulo de Tarso e as duas coisas vão juntas. O batismo de Saulo foi um testemunho, e Ananias impus suas mãos sobre ele como um testemunho. Dois ou três anos mais tarde, quando Paulo estava saindo para a obra da sua vida para a qual ele recebeu a unção, em Antioquia eles impuseram as mãos sobre ele. Por quê? Foi isso uma mera forma, só um tipo de cortesia? Não, isso é um principio Divino. E nós achamos estas mãos estendidas uma e outra vez – não sempre por apóstolos, mas por membros representativos do Corpo de Cristo, agindo apenas numa capacidade representativa – não oficial, ou eclesiástica - porém em capacidade representativa; isto é, atuando pelo Corpo; estendendo suas mãos e as impondo sobre este e este outro. Um testemunho ao quê? Ao único Corpo! Isto é um ato de identificação.
A mão é dada como um ato de unidade; sendo imposta sobre a cabeça significa que esse veio sob uma outra Cabeça, o Encabeçamento de Cristo; vindo ao único Corpo sob o único Cabeça, a única unção. Essa imposição de mãos é invariavelmente associada com o Espirito Santo, ou o Espírito Santo é associado com isso: o que significa que o testemunho da unidade do Corpo que é carregado por esse ato de identificação, é um testemunho da única unção, e o Espírito Santo mesmo testifica dessa única unção; assim que Paulo, embora grande homem que ele era, um vaso eleito como ele foi, com a comissão que ele recebeu numa maneira tão maravilhosa, não pode, com tudo, iniciar a obra de sua vida sem ser feito reconhecer pelo Senhor que essa obra da vida é a obra da vida do Corpo de Cristo; seu ministério é o ministério do Corpo e não o seu; e eles, representando o Corpo impõem suas mãos sobre ele e com efeito dizem: “isto significa que você vai sair para o nosso ministério e estamos contigo; nós estaremos sempre contigo nisso espiritualmente em oração”. “Nunca pensem de vocês mesmos como homens que têm saído da Igreja para cumprir sua própria obra da vida, porém como aqueles que saem com a igreja para cumprir o ministério da igreja. Há muita diferença, e essa verdade é para ser mantida.
Muitas vezes somos acusados de termos fraseologia extraordinária. Deve haver uma boa dose de correção de fraseologia, e não é que a fraseologia que nós usamos é fraseologia errada. Uma e outra vez ouvimos pessoas falarem sobre a Igreja chinesa, a Igreja africana, a Igreja americana, a Igreja inglesa; que deve haver estabelecida uma Igreja em Africa, ou uma Igreja na Índia, ou uma Igreja na China. Essa fraseologia está errada desde a raiz, e absolutamente contrária ao Novo Testamento, e Paulo nunca usou fraseologia dessa forma. A Igreja, o Corpo de Cristo, é um, e a única maneira de falar corretamente disso é dizendo, a Igreja em Africa, a Igreja em China, a Igreja em Egito; uma Igreja, um Corpo. Você pode dizer que não há muita coisa em fraseologia? Há muito em fraseologia! Se os princípios do Novo Testamento tivessem sido mantidos, quanta força teria havido. Suponhamos que cada homem e mulher que saiu com a Divina comissão tivesse saído com todo o Corpo de Cristo trás eles, a história teria sido contada diferente. Se o Corpo dos santos se tivessem comprometido a ficar com aqueles dois quando eles iam para terras diferentes, a história seria diferente. Existe valor espiritual nisso. Esse era o significado da imposição de mãos quando eles os enviavam; eles diziam: “nós vamos com você, isto não é seu ministério, é nosso”. É uma ordem Divina, uma ordem celestial, e temos que olhar trás as coisas para os princípios espirituais; e aqui está o principio da unidade do Corpo trás de tudo. Assim que reconhecemos isso, e entramos em linha com isso, então a unção é manifestada.
Queremos conhecer o valor real da unção? Podemos conhecê-lo se entrarmos na ordem celestial. Se violarmos a ordem celestial e começamos a organizar a obra do Senhor e fazer coisas como os homens as fazem na Igreja, se o Espírito Santo não escolhe e designa, mas o fazemos por votação, ou em qualquer outra maneira, perderemos a unção. É o Espírito Santo quem deveria escolher os anciãos na Casa de Deus. “Separai-me” - diferente de: “Vamos ter uma comitê e perguntar a fulano de tal para fazer isto e aquilo e aquilo outro”. Uma ordem celestial carrega consigo a unção; violar a ordem celestial significa que temos que tomar nós mesmos a responsabilidade.
Estas coisas são importantes para que conheçamos a bênção e grandeza da unção. A unção é poder. Ora, os homens do Velho Testamento eram ungidos com um chifre de óleo, e a tipologia do Velho Testamento faz de um chifre sempre ser um simbolo de força, e o óleo um tipo do Espírito. “O Espírito do Senhor desceu poderosamente sobre Davi daquele dia em diante”, porque Samuel tinha tomado o chifre do óleo e ungido ele. “E recebereis poder, quando o Espírito vir sobre você” mas lembre que a vinda do Espírito carrega consigo o fato de que nos temos separado de todas as ordens feitas pelo homem e entrado na ordem celestial. Isso está envolvido. E assim o poder da unção é expressado no terreno de leis muito definidas, a lei de uma ordem celestial, e Cristo representa essa ordem celestial, pois afinal é apenas aprender Cristo. Não é tanto um estudo de princípios para vir a conhecer o Senhor, e conhecer o Senhor é fazer coisas na maneira em que o Senhor faria elas, e não como o homem as faria. Quanto mais conhecemos o Senhor, mais perceberemos a diferença entre a maneira em que o homem faz coisas e a maneira em que o Senhor as faz.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.